Brasil ganha o primeiro alimento reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade
Os “Modos de fazer o Queijo Minas Artesanal" ganha o reconhecimento de Patrimônio Imaterial da Humanidade da Unesco, mas o que isso significa?
O conceito de Patrimônio Imaterial da Humanidade remete à valorização de práticas, tradições, expressões artísticas e conhecimentos que refletem a riqueza cultural de diferentes comunidades ao redor do mundo. Reconhecido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o patrimônio imaterial destaca elementos culturais que não são concretos, como monumentos ou edifícios, mas que possuem um valor inestimável para a identidade e a continuidade das culturas humanas, com isso os “modos de fazer do queijo minas” ganha esse reconhecimento e este status internacional.
Os queijos são feitos a partir da qualidade do leite que é cru e depois recebe o pingo (extraído do soro de queijos feitos anteriormente, mantendo as características específicas da produção local, um diferencial do queijo Minas artesanal ) e o coalho, em seguida descansa para virar o queijo e receber o sal, para depois ir para maturação. Todo esse processo tem uma especificidade do local e dos modos de fazer que é uma tradição mineira de mais de 300 anos.
O Brasil tinha seis patrimônios culturais na lista da Unesco, mas esse modo de fazer o Queijo Minas Artesanal é o primeiro alimento.
Reconhecer e proteger o patrimônio imaterial é fundamental em um mundo marcado pela globalização e pelas rápidas mudanças sociais. Muitas dessas tradições correm o risco de desaparecer devido à modernização, ao deslocamento de populações e à perda de interesse das gerações mais jovens ou então com a industrialização dos alimentos. No entanto, ao preservar essas práticas, não apenas garantimos sua continuidade, mas também fortalecemos a coesão social, promovemos o respeito entre diferentes culturas e celebramos a criatividade humana em todas as suas formas.
O trabalho da UNESCO nesse contexto é essencial. A organização identifica e reconhece práticas culturais significativas, dando visibilidade a elas e promovendo iniciativas para sua preservação. A inscrição de elementos na lista do Patrimônio Imaterial da Humanidade incentiva comunidades e governos a valorizar suas tradições e a criar políticas que assegurem a sua perpetuação, o que agora é um fator fundamental para os modos de fazer o queijo artesanal mineiro. Todo esse movimento do queijo mineiro, não ocorreu da noite para o dia, foi preciso muito tempo, um amplo trabalho de pesquisa, estudos, valorização e divulgação. Ou seja, podemos ver que essa prática carrega não apenas técnicas ou saberes, mas também valores e histórias que conectam as pessoas a suas origens e identidades.
Preservar o patrimônio imaterial é uma forma de honrar a memória coletiva e de celebrar a diversidade cultural do planeta. É um compromisso com o passado, o presente e o futuro, garantindo que essas expressões continuem a inspirar e enriquecer as gerações por vir. Ao valorizar o que é intangível, reafirmamos a importância do humano, do simbólico e do compartilhado em nossa existência.
No nosso percurso de Comida e Cultura vamos trabalhar esses elementos e aprofundar ainda mais sobre os patrimônios imateriais e toda sua riqueza.