Este são os primeiros escritos meus no percurso temático sobre Gestão da Escola de Comida. Meu nome é Rodrigo, e hoje eu te convido a refletir comigo sobre uma pergunta que já me fiz muitas vezes (e já adiantei no título): o que é mais difícil, começar algo novo ou manter essa ideia viva com o passar do tempo?
Quantas vezes você já se pegou com entusiasmo ao começar um novo projeto? Pode ser o início de um negócio, um hobby ou até uma mudança de hábito pessoal. Esse primeiro passo traz um frescor, uma energia que nos impulsiona. Mas, com o passar do tempo, quando a novidade dá lugar à rotina e os desafios começam a se acumular, percebemos que manter essa ideia de pé – e fazê-la crescer – talvez seja o verdadeiro teste de resiliência.
Gerir está no nosso dia a dia, em tudo que fazemos.
Muitas pessoas associam a palavra "gestão" ao ambiente corporativo, às planilhas e ao planejamento estratégico. E, claro, a gestão está presente nesse contexto, mas ela vai muito além. Na verdade, estamos gerindo coisas o tempo todo, mesmo fora do ambiente de trabalho.
Quando você organiza sua rotina, quando equilibra as demandas do trabalho com as responsabilidades em casa, quando se desdobra para dar conta dos compromissos familiares ou para administrar o tempo de lazer – você está gerindo. Gerimos nossa energia, nosso tempo, nossos relacionamentos e até nossas expectativas. O ato de gerir é, essencialmente, manter as coisas em movimento, cuidando para que nada desmorone, nem perca seu propósito.
Começar exige visão; sustentar exige adaptação.
O começo de qualquer ideia ou projeto exige uma visão clara. Você enxerga o destino, visualiza o impacto que quer causar ou a mudança que deseja ver. Mas, à medida que o tempo passa, a necessidade de adaptação se impõe. A realidade raramente segue o plano original. O mercado muda, as circunstâncias mudam, e até nós mudamos. Nesse ponto, a gestão se torna uma habilidade crucial, pois é ela que nos ajuda a ajustar o rumo, recalibrar expectativas e seguir adiante, mesmo quando o caminho é diferente do que imaginávamos.
Essa flexibilidade não vale apenas para quem está à frente de um negócio. Ela vale para todos nós, em todas as esferas da vida. Sustentar uma ideia – seja uma meta pessoal ou profissional – exige saber quando mudar de estratégia, quando pausar, respirar fundo e seguir em frente de outra maneira.
A energia de começar vs. a rotina de sustentar.
O que muitos de nós enfrentamos é o desafio de manter a constância. No início, tudo é novo e empolgante. Mas, com o passar do tempo, nos deparamos com a repetição, com a rotina, e é aqui que a verdadeira gestão entra em jogo. Sustentar uma ideia requer mais do que a faísca inicial. Requer resiliência, disciplina e a capacidade de encarar os altos e baixos de forma equilibrada.
E acredite: esse processo de manter a consistência – seja no trabalho, na vida pessoal, ou até na maneira como cuidamos de nós mesmos – é o que transforma ideias em realidades concretas e duradouras.
Gestão como um processo de aprendizado.
A verdade é que tanto começar quanto sustentar uma ideia trazem desafios únicos. E o mais interessante é que ambos os momentos são oportunidades de aprendizado. No início, aprendemos a sonhar, a planejar, a visualizar. E ao sustentar, aprendemos a ser pacientes, a lidar com a frustração, a encontrar novas formas de fazer as coisas darem certo.
Gerir é isso: aprender e se adaptar ao longo do caminho. Não existe um manual pronto para cada situação, mas existe a vontade de fazer acontecer e a humildade de ajustar o curso quando necessário. E essa é a beleza da gestão – em qualquer contexto: ela é viva, dinâmica e profundamente humana.
Então, quando me perguntam se é mais difícil começar ou sustentar uma ideia, minha resposta é simples: os dois. Porque começar exige coragem, mas sustentar exige comprometimento. E é nessa jornada que descobrimos o que realmente importa.
A gestão da comida e o cotidiano familiar.
Ao pensar em gestão, é impossível não relacionar esse conceito à comida no ambiente familiar. Planejar e organizar as refeições diárias envolve decisões que vão além do simples ato de cozinhar. É uma gestão que considera escolhas alimentares, restrições nutricionais, e ainda dialoga com o contexto econômico e social em que vivemos. Como lidar com a escassez de tempo e dinheiro, ao mesmo tempo que tentamos evitar o desperdício e promover a abundância em uma mesa equilibrada? Essas questões fazem parte do cotidiano de muitas famílias, inclusive da minha.
Gerenciar expectativas sobre o que é possível dentro do orçamento, com a criatividade necessária para transformar ingredientes em refeições nutritivas e acessíveis, é uma forma poderosa de gestão que muitas vezes passa despercebida. Sustentar uma alimentação saudável e responsável, em um cenário de restrições, também é uma questão de resiliência. E é aqui que entra a reflexão sobre o desperdício: como equilibrar a busca por qualidade e quantidade, pensando na abundância como algo que vai além do material, mas também como uma forma de pensar a comida como um bem comum?
Seja bem-vinda/e/o a este percurso de Gestão na Escola de Comida. Vamos explorar juntos como gerir não só negócios, mas também a vida – e, claro, a comida – sempre com a mente aberta e o coração disposto a aprender. Afinal, tanto o começo quanto a continuidade fazem parte de um processo maior, e a gente está aqui para te ajudar a navegar por ele, mas pra aprender com você também. Vamos?